quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Hoje é dia de se recolher. E nada mais bonito que uma flor recolhida. O botão da rosa, querendo desabrochar pra alastrar seu doce perfume e mostrar pro mundo o vermelho cor de sangue que fascina, que dá fome. A lagarta no casulo, pra tornar-se borboleta. Pobre lagarta! É o perfeito exemplo da mulher de hoje... Não come, não bebe, não vive... Respirar, mal respira, por dias, e dias... É a rotina da mulher que tanto de diz “moderna”, na caça pela beleza. Porém, indago-me diariamente, que beleza é essa? Qual beleza? Uma beleza que nunca aprendi a ver, e acho que nunca aprendi a ter, a querer... Jamais foi algo motivador a meu ver... Talvez, eu nunca tenha sido bonita, boa moça, camisa engomada, saia rodada; muita coisa não faz sentido... A pobre lagarta, apenas cumpre seu destino pré-definido pela natureza, sábia natureza. E tem seu sacrifício recompensado, com belas asas que agora lhes fazem ver o mudo de um novo ângulo. Porém, agora são frágeis! Lindas, e frágeis insetos indefesos, de vida curta... Talvez esse sacrifício valha a pena para a pobre lagarta, que viveu se arrastando ao chão que homem cuspia! Mas e para a mulher? Mulheres se acabam diariamente correndo atrás de uma beleza que talvez não exista, e que muitas vezes não vale à pena. O mundo precisa re-ver seu conceito de beleza... Uma bela roupa, um belo cabelo, um sorriso despido de emoção e uma alma apagada... Acho que não é isso que desejo pra mim...
Bonita mesmo, é aquela rosa! Que se guarda até sentir-se pronta para abrir-se e mostrar-se ao mundo. E é linda! Linda, do jeitinho que vem pra fora, que é por dentro, e é isso o que a deixa encantadora de uma forma indescritível. E apesar de toda a sua beleza em forma de pétalas avermelhadas, seu doce aroma, vem daquele apertado miolo... Vem de dentro! Lá do fundo! E o que seria uma rosa, sem seu perfume, sua magia interior? Seria só mais uma mulher, em forma de comércio, em forma de produto, que perdeu a essência...

Nenhum comentário:

Postar um comentário