terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Socorro Deus, o mundo está desabando...

Há dias preciso resolver malditas pendências, eu boto o nariz pra fora, e o mundo desaba. É quase como dar a cara à tapa. É sair, e ficar preso e desesperado no meio de tanta água, de tanta lama, tanta sujeira... Hora mais, hora menos, barrancos desmoronam, estradas afundam, um mar de terra que pára uma das metrópoles mais movimentadas do Brasil. Pessoas morrem. Quando não, são tomadas pelo desespero, afetadas por doenças, pela perda, pela insegurança... Não se sabe mais o dia de amanhã. Hoje em dia, ao mesmo tempo em que tudo é imensamente previsível, estamos de mãos atadas. Possuímos todos os recursos tecnológicos necessários pra prevermos possíveis desastres, mas não há o que fazer. O homem não pode contra a natureza, e por bem ou por mal, ela há de provar o seu poder... Infelizmente agora é tarde. Não possuímos mais estações, nem estabilidade, muito menos segurança. Eu, particularmente, me controlo para não entrar em pânico... Porque hoje, é um tal de sair de casa sem a certeza do retorno, que me deixa desnorteada. Como se não bastasse a fome, a seca, a pobreza de boa parte da população desse paraíso incontrolável, os desastres provocam o medo no povo por todos os lados. O norte, o nordeste, e mesmo o sul, que tanto sofreram durante a história do Brasil, merecem uma trégua... Ora, o que há? Os humildes paulistanos durante todo o tempo estiveram aqui, trancados dentro de apartamentos, de pantufa e cobertor, saboreando um café fresco, e sentindo pena do povo sofredor que o jornal das 8 mostrava. Nada mais justo irmãos, chegou a nossa hora de "pagar o pato".
Isso me assusta, não há pra onde correr! A insensibilidade das pessoas é corrosiva... A falta de educação impregna essa gente, e o desespero as coloca umas contra as outras, ao invés de uní-las. Todo mundo propaga a precaução, mas sai de casa com um terço na mão pedindo pra não ser a sua hora. E eu sou um desses sujeitos "sem nome", que não deixa o medo tomar conta e mete a cara na rua, porque a obrigação de gente grande ta esperando lá fora. Mas admito... Não deixo de pensar todos os dias, em tudo aquilo que de repente, eu posso perder... E se eu, aqui, me matar de estudar e não viver pra desfrutar dos resultados disso tudo? E se o que eu deixar pra resolver depois, não me permitir um momento senão o agora? E se eu não estiver aqui para ver o Brasil ser campeão? Ou até mesmo, o que nos garante que o nosso Brasil existirá até lá? E se eu não viver, pra dizer tudo o que eu penso? Pra amar aos outros, pra me amar... Pra ajudar as pessoas, e aprender lições?
Definitivamente, há males que vem para o bem. A minha incerteza no amanhã, e a minha crença na efemeridade da vida, me fizeram ansiar e agir muito mais, me fizeram refletir mais, me fizeram amar mais, e também temer mais... Mas moçada, a vida é isso! Então agora faço um apelo, em nome de todos nós que mesmo "livres" até agora, dos desastres naturais e da violência humana, que sejamos solidários ao próximo, e a nós mesmos... Que vivamos muito mais, e agradeçamos muito mais, pela benção que é viver... Façamos todos, dos nossos temores, armas estratégicas pra dar a mão a quem precisa, e ao nosso coração metropolitano, que nessa correria de todo dia, ta deixando pra traz o significado da coisa mais importante pra cada um de nós... É aquela coisinha, que chamamos de VIDA.

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