sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Um Brasil de pré-conceitos...

Ontem foi um dia daqueles que a vida nos impõe fatos escancarados ou subliminares repetidas vezes. Logo no começo do dia, debatemos a questão de negros e pobres, a taxa nas instituições. Injusto. Existem negros ricos, muito ricos, alguns dos homens e mulheres mais ricos do mundo, são de descendência africana. Estes têm exatamente a mesma capacidade que brancos de conquistar as coisas. A seleção para vagas numa instituição não se faz à dedo. Provas seletivas são aplicadas onde o aluno precisa simplesmente mostrar o que sabe, sendo ele negro, branco, índio, oriental. O pré-conceito forte existiu sim, mas há centenas de anos no Brasil! Enquanto nem as instituições tomarem a providência de eliminar formas de preconceito como a taxa de negros (que não deixa de ser um fator de descriminação) nas escolas, o Brasil permanecerá diretamente ligado com aquele passado sofredor de escravos e dor. Os negros não precisam de ajuda! São pessoas tão dignas quanto qualquer branco. Os pobres é quem precisam de ajuda! Sem condições de estudar, passam fome, cometem infrações pra conseguirem continuar vivos, e são chamados de criminosos e devidamente punidos por roubar uma maçã. País de gente burra, lamento em ter que dizer isso, mas é fato! Esses sim mereciam taxas nas instituições, mas vivemos num país de seres pouco evoluídos e de mente pequena. O Brasil é um país injusto...
Depois, garotos presos na FEBEN (atual fundação casa) se apresentaram numa peça de teatro, chamada "escolhas". Excelente, e muito reflexiva, garotos muito talentosos, e pra surpresa de uma infinidade de pessoa, dentre quase 15 meninos, apenas 1 era negro, onde todos são internos por cometerem delitos. Me perguntei novamente aonde os brancos são melhores que os negros? Mas ainda não via resposta.
Depois disso, se passou algo ainda mais mágico. Vi minha amiga se apaixonar perdidamente pelo presidiário que deu um relato de palavras muito bonitas, e comovedoras. Que mostrou que se arrepende, e que a Fundação Casa fez ele ver tudo diferente, que ele era uma nova pessoa e aprendeu que nem tudo estava perdido... Eles se olharam. Minha querida Nicole, simplesmente, se apaixonou... Perdidamente. E novamente vi críticas vindo de praticamente todos apenas pelo rapaz não ser um muleque comum, que encontramos na rua. Apenas pelo fato de estar preso. Eu vi nos olhos de tanta gente o preconceito, que me doeu sinceramente. O arrependimento do menino, não contou absolutamente nada. Ele pode ter matado uma pessoa, ou simplesmente roubado um saco de pão de uma padaria pra não morrer de fome, e a única coisa que eu vejo nos olhares alheios são a inconformação e o pré-conceito. Me segurei pra não derramar minhas lágrimas naquela peça. Mas vi tanta gente indiferente, tanta gente que não se deu o trabalho de prestar atenção em nada, depois que o apresentador disse "É uma peça apresentada por internos da Fundação Casa...".
Chorei. Chorei e ainda choro, por ver o país em que vivemos, com as pessoas que ainda temos, se o nosso mundo não vai pra frente, a culpa está toda em nossas mãos, que mesmo quando podemos escolher, optamos pelos caminhos errados. Eu queria dizer apenas, que apoio de coração minha grande amiga, e que se ela fará loucuras para encontrá-lo de novo, estarei ao seu lado. E quanto ao resto, eu sei que a vida lhes ensinará lições nas quais se lembrarão deste momento. E quanto a esses, me resta dizer que SÓ LAMENTO!


Um bom dia livres de preconceitos, meu Brasil!
Muita paz e igualdade...

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